Apenas 10% dos portugueses pagam por notícias online, uma das taxas mais baixas entre os 48 países analisados pelo Digital News Report 2025, do Reuters Institute, refere a Lusa. O valor representa uma quebra face aos 12% registados no ano anterior, reforçando uma tendência de estagnação já observada em anos anteriores, padrão que também se repete em vários outros países europeus.
O relatório, que tem por base inquéritos a cerca de 97 mil indivíduos entre janeiro e fevereiro de 2025, revela que, a nível mundial, a percentagem de pessoas que pagam por notícias digitais sobe ligeiramente para os 18%, em comparação com os 17% registados em 2024.
Em Portugal, onde são inquiridos 2.012 indivíduos, cerca de um terço dos utilizadores que pagam por informação online recorrem a uma subscrição contínua.
No entanto, cresce o número de pessoas que acede a conteúdos noticiosos digitais através de serviços que os incluem de forma indireta, como pacotes agregados (33%). Apesar disso, o potencial de crescimento permanece reduzido. Dois terços dos portugueses que não pagam por notícias online (66%) afirmam não estar interessados em nenhuma das modalidades apresentadas.
Os dados mostram ainda um elevado nível de retenção entre quem já paga, com 70% dos que contribuem financeiramente por conteúdos noticiosos digitais a manterem essa prática de forma regular, o que aponta para a fidelização da base atual de subscritores.
Entre os títulos mais populares junto dos portugueses que pagam por notícias, destacam-se o Expresso, com 39% das menções, e o Público, com 26%. Seguem-se o Observador (19%) e o Correio da Manhã (18%). O relatório nota, no entanto, que este indicador não deve ser interpretado como representativo da performance em termos de circulação digital paga.