No 5.º Congresso dos Jornalistas, num debate moderado por Maria Flor Pedroso, foram abordadas as possíveis soluções de investimento que o setor público poderia adotar para ajudar os meios de comunicação audiovisuais.
“Este é o momento de fazer alguma coisa em nome do jornalismo” afirmou Nuno Santos, diretor de informação da TVI, no painel dedicado ao financiamento no setor audiovisual, no 5.º Congresso dos Jornalistas.
Nuno Santos defende que é necessário confrontar o poder político, para que seja possível encontrar uma solução que combata este problema. “Se existe uma oportunidade para mudar, esta tem de ser aproveitada”, mas alerta que os possíveis apoios públicos, que poderão ser incorporados, não deverão ser aproveitados para a realização de programas de entretenimento, mas unicamente para a produção de conteúdos jornalísticos.
Ricardo Costa, diretor de informação da SIC, admite que os apoios do Estado relativamente ao financiamento do jornalismo audiovisual devem ser “transversais e cegos”, para que o público não ache que o jornalismo é refém de partidos políticos. O jornalista aponta ainda algumas possíveis medidas, como a gratuitidade do serviço da Agência Lusa para a comunicação Social e apoios para o início de carreira dos jovens jornalistas, além dos apoios que permitam a reconversão tecnológica. “É discutível que faça sentido que a RTP ou o grupo RTP ainda tenha a publicidade que tem”, quando “uma parte dessa publicidade podia ir para o resto do mercado”, uma discussão que Ricardo Costa acredita que vai acabar por surgir. Este responsável alerta ainda para o facto de grandes plataformas, como a Google ou o Facebook, “controlarem” a comunicação social e o jornalismo tanto na procura como na oferta.
Mário Galego, diretor de informação da RDP, considera que “o financiamento público deve ser representativo”. Atualmente, os problemas da Comunicação Social são idênticos em todo o mundo, muito devido à transformação tecnológica ocorrida nos últimos anos.
Pedro Leal, diretor-adjunto da Rádio Renascença, recusa pedir um financiamento sem condições. “Se nós somos os quarto poder, temos de ser escrutinados”, afirma, considerando, ao mesmo tempo que, esta discussão, deveria estender-se também a escolas e mercados.
António José Teixeira, diretor de informação da RTP, referiu-se ao peso dos impostos para estas empresas, defendendo uma revisão ao nível de IVA ou IRC.
Por: Francisca Bernardes e David Almeida | Escola Superior de Educação de Viseu
Fotografia: Diana Cunha | Universidade Lusófona