Morreram já mais de 200 repórteres em Gaza desde outubro de 2023
Israel atacou durante a madrugada desta segunda-feira, 7 de abril, uma tenda que estava identificada há meses como abrigo da comunicação social e onde pernoitavam vários jornalistas na Faixa de Gaza, junto ao Centro Médico Nasser, na cidade de Khan Younis.
O ataque, que Israel justificou com a alegada presença de um elemento do Hamas no local, ocorreu às 2 da manhã, visando que todos os ocupantes estivessem a dormir, e provocou um incêndio que rapidamente tomou proporções incontroláveis.
Yousef al-Faqawi, jornalista da estação de televisão Palestine Today, morreu de imediato. Outros seis jornalistas ficaram gravemente feridos, com queimaduras extensas, não sendo provável a sua sobrevivência. Em vídeos partilhados nas redes sociais é possível ver um destes jornalistas com o corpo em chamas, dentro da tenda, enquanto várias pessoas tentam socorrê-lo.
Este ataque ocorreu uma semana depois de Israel ter morto outros dois jornalistas, das televisões Palestine Today e Al-Jazeera, e de um locutor da rádio Al-Aqsa ter morrido com a mulher e os seus três filhos num bombardeamento, também em Khan Younis.
Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, morreram mais de 200 repórteres em Gaza desde outubro de 2023. Todos eram palestinianos, uma vez que Israel não permite a entrada de jornalistas internacionais no território. “Não querem testemunhas”, frisa a FIJ, lembrando que estes ataques são crimes de guerra e que as instâncias internacionais deveriam ser mais atuantes.