Num mundo onde a lei da rapidez impera, há cada vez mais histórias que ficam por contar e pontos de vista por considerar. Para debater este problema, e encontrar formas de o resolver, mais de uma dezena de redações portuguesas – de meios como “A Mensagem de Lisboa” ou “Fumaça” – juntaram-se para organizar os encontros de jornalismo MediaCon – “informação sem muros”.
Serão dois dias de debates, conversas e workshops sobre jornalismo, nos dias 28 e 29 de junho, no Goethe-Institut, em Lisboa.
Os organizadores defendem a importância de “alargar visões e perspetivas com um jornalismo que se aproxima das comunidades e é acessível a todas as pessoas”, um jornalismo “profundo, lento e analítico sobre as realidades que nos rodeiam, reflexivo sobre si próprio e o seu impacto na sociedade”.
Consideram que “tal só é possível com o apoio a uma crescente pluralidade mediática, que procura vozes, histórias e realidades que permanecem invisibilizadas” e canalizando “as doações da audiência” para o “financiamento público direto” dos meios de comunicação, de foram a “criar condições para uma verdadeira pluralidade mediática no país”.
Profissionais como Brigitte Alfter (Arena for Journalism in Europe), Peter Matjašič (Investigate Europe) e Patrícia Caneira (NOVA – FCH), por exemplo, irão falar sobre parte do panorama de fundos nacionais e internacionais, de que forma se poderão aplicar e como pensá-los enquanto parte da solução da crise jornalística.
Uma das conversas marcadas para 28 de junho abordará a complexidade das grandes histórias jornalísticas, muitas das vezes ligadas a processos judiciais longos, e que exigem uma análise profunda – e, muitas vezes, demorada – com competências complementares ao jornalismo: análise e tratamento de dados, proximidade relativamente aos diversos lugares da história a investigar, conhecimentos específicos sobre realidades distintas, analisar o espectro judiciário e as suas falhas.
No dia 29 de junho, um dos workshops será dedicado à Inteligência Artificial, e à forma como está a entrar nas redações, com João Ribeiro, diretor do Shifter.