Perante o anúncio de insolvência da empresa e com vários salários em atraso, os trabalhadores de publicações como a Visão, a Exame e o Jornal de Letras manifestam-se esta quarta-feira na Praça Luís de Camões, em Lisboa, entre as 18h e as 21h.
Num comunicado divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas lê-se que “os trabalhadores da TiN votaram, por unanimidade, a realização de uma concentração pública e que permita trazer maior consciencialização da sociedade para a situação difícil que os trabalhadores e os títulos atravessam”.
Esta concentração irá realizar-se na quarta-feira, dia 4 de dezembro, entre as 18h e as 21h, na Praça de Luís de Camões, em Lisboa.
“Queremos sublinhar a importância da presença de todos nesta concentração, por considerarmos que é o momento para os trabalhadores se mostrarem unidos na defesa dos seus postos de trabalho e no compromisso com a continuidade dos diferentes títulos jornalísticos”, destacou o SJ.

“A realização desta ação de concentração conta com o apoio da Comissão de Trabalhadores da TiN, dos Delegados Sindicais da Visão, do Delegado Sindical do Jornal de Letras, do Conselho de Redação da Visão, do Conselho de Redação da Caras e do Conselho de Redação da Activa”, indicou.
Na nota fez-se ainda um balanço das resoluções apresentadas pelos diferentes órgãos representativos dos trabalhadores, como a “realização de uma ação entre os trabalhadores, de cariz voluntário, que consistirá na publicação coordenada de uma mensagem em plataformas digitais”, e que “fossem solicitadas à administração as informações sobre o plano de insolvência-recuperação e também o pagamento integral de todos os valores salariais, subsídios e outras remunerações em atraso e que são devidos aos trabalhadores”.
Segundo o SJ, a “administração já respondeu, respostas que não vão ao encontro dos interesses dos trabalhadores”.
Assim, “os trabalhadores votaram, com uma grande maioria a favor (88%), que fosse feita uma comunicação ao tribunal em função da resposta dada pela administração”.
Por fim, “os trabalhadores votaram, por unanimidade, o envio de uma carta aberta a responsáveis políticos, no sentido de trazer maior visibilidade pública e política para a situação que os trabalhadores da TiN e os títulos atravessam”, uma ação que está em curso.
Sindicato de Jornalistas apela a Marcelo
O Sindicato dos Jornalistas pediu uma audiência urgente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para debater a “grave crise” na Trust in News. Em comunicado, o sindicato defende que o chefe de Estado pode ter um “papel muito importante” na resolução da crise na empresa que se encontra em insolvência, com salários em dívida a trabalhadores e pagamentos em atraso a quem trabalha a recibos verdes.
“Os problemas da TiN não podem deixar ninguém indiferente. O acolhimento que o senhor presidente da República dá às questões do jornalismo, que publicamente reconhece como um pilar da Democracia, é um sinal claro da importância desta profissão na sociedade”, refere a nota.
Além da audiência a Marcelo, o Sindicato dos Jornalistas solicita ainda uma reunião urgente com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, alertando para a crise que afeta cerca de 150 trabalhadores de 17 títulos diferentes.
Com dívidas superiores a 30 milhões de euros, a TiN viu o seu Processo Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro, tendo em 12 de novembro a administração anunciado a sua intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo já a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.