Maria Teresa Horta, poetisa, escritora, jornalista e ativista das causas das mulheres, morreu esta terça-feira, 4 de fevereiro. Tinha 87 anos.
A notícia foi divulgada pela sua editora: “É com profunda tristeza e sentida mágoa que a Dom Quixote, a pedido da sua família, informa que a escritora Maria Teresa Horta faleceu, esta manhã, em Lisboa. Uma perda de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo, a quem Maria Teresa Horta dedicou, orgulhosamente, grande parte da sua vida.”
Como jornalista escreveu em diversos títulos: A Capital (onde editou o suplemento Literatura e Arte), Diário de Notícias, Diário de Lisboa, República, O Século e Jornal de Letras, Artes & Ideias. Foi também chefe de redação da revista Mulheres a convite do Partido Comunista Português, do qual foi militante entre 1975 e 1989.
Maria Teresa Horta destacou-se no Movimento Feminista de Portugal e dedicou a sua vida à luta pela igualdade. Juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, “as Três Marias”, escreveu o livro “Novas Cartas Portuguesas”, apreendido pela PIDE e alvo de um processo judicial, em 1972.
Foi casada com o jornalista Luís de Barros, presidente do Sindicato dos Jornalistas em 1973/1974, subsecretário de Estado da Comunicação Social nos II e III Governos provisórios e diretor do Diário de Notícias no período do PREC , tendo sido depois chefe de redação de jornais como o Expresso e O Diário.
Em 2004 foi agraciada com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente Jorge Sampaio, e em 2022 com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Entre os vários prémios que lhe foram atribuídos destaca-se em 2014 o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores, e o Prémio D. Dinis, em 2011, pelo livro “As Luzes de Leonor”, o qual aceitou, embora tenha recusado recebê-lo das mãos do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
Em 2024 tornou-se na primeira mulher a receber o Prémio Rodrigues Sampaio, atribuído pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (instituição fundada em 1882), e foi eleita pela BBC uma das “100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo”.