O JL – Jornal de Letras, Artes & Ideias vai chegar às bancas na próxima quarta-feira, 16 de julho, mas com uma semana de atraso, e teme-se que esta possa ser a última edição do jornal fundado em 1981 por José Carlos de Vasconcelos.
Os trabalhadores da Trust in News (Tin) estão em greve desde 20 de junho e os três jornalistas do JL suspenderam agora o contrato de trabalho, por falhas sucessivas no pagamento de salários. Contudo, decidiram fazer esta edição, que pode ser a última.
“Não se sabe” se é o último, disse à Lusa o jornalista Manuel Halpern, que é também delegado sindical e que está no JL há quase três décadas. A continuação do título está dependente da situação do futuro da TiN, cujo plano de insolvência ainda não foi homologado pela juíza.
De acordo com outra fonte contactada pela Lusa, a juíza deverá publicar o despacho sobre a homologação ou não na terça-feira, 15 de julho. Manuel Halpern recordou que o acionista único, Luís Delgado, prometeu fazer uma injeção de capital, mas que até ao momento tal não aconteceu.
“A minha postura é que a única solução do JL seria fora desta empresa”, salientou o delegado sindical.
Os trabalhadores da TiN têm a receber os últimos 25% do salário de maio, bem como o subsídio de refeição, a que acresce o salário e subsídio de refeição de junho e subsídios de férias.
O plano de recuperação da empresa foi aprovado, a empresa está a cortar custos mas entrou já em incumprimento no pagamento de dívidas. E em face do incumprimento das dívidas aguarda-se que os maiores credores – a Autoridade Tributária e a Segurança Social – decidam se querem avançar para a liquidação da empresa.
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 títulos relevantes no meio editorial português, como a Visão, Exame e Caras.