O jornalista Luís Alberto Ferreira morreu no dia 29 de julho, no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, onde se encontrava internado.
Nascido em Luanda, a 25 de abril de 1933, foi aos 16 anos estudar para a “Metrópole”, onde concluiu o 5.º ano dos liceus. Regressou a Luanda, tendo, aos 18 anos, voltado a Portugal, onde se fixou.
Fez a sua formação em jornalismo em Espanha e aprofundou a paixão pela tauromaquia.
Viveu no Porto, onde trabalhou no Mundo Desportivo e no Jornal de Notícias. Em Lisboa, foi jornalista de A Bola, do Jornal Novo e na RTP, para a qual realizou várias reportagens cobrindo o regresso dos portugueses das ex-colónias.
É personagem do filme “Mais um dia de Vida”, de Raúl de La Fuente e Damion Nenow –adaptação de Ryszard Kapuscinski – que retrata o período em que, juntamente com Artur Queiroz, reportou o período conturbado da independência de Angola e da Guerra Civil, com a entrada dos sul africanos e cubanos no conflito. Conheceu Farrusco e presenciou a morte da jovem guerrilheira Carlota.
Na Guiné-Bissau, deu formação a novos jornalistas, colaborou na organização da delegação da RTP, de uma rádio local e do jornal “Nô Pintcha”, e recolheu informação para um livro sobre Nino Vieira, que não chegou a publicar.
A partir do México, onde privou com a família de Emiliano Zapata, acompanhou a ação da guerrilha até às florestas da Guatemala.
O profundo conhecimento da língua portuguesa, o uso de vocabulário diverso e erudito e a construção frásica rica e rigorosa marcaram o estilo inconfundível da sua escrita.
O corpo de Luís Alberto Ferreira vai estar no Centro Funerário de Cascais/Alcabideche a partir das 10h00 de sexta-feira, 1 de agosto.