Jornalistas da Agência Lusa, RTP e RDP expulsos da Guiné-Bissau

Ministério dos Negócios Estrangeiros considera decisão do Governo guineense “altamente censurável e injustificável” e já convocou embaixador para pedir explicações. Direções de informação falam de um “ataque deliberado à liberdade de expressão”

As delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP foram expulsas da Guiné-Bissau. Por decisão do Governo guineense, as suas emissões foram suspensas esta sexta-feira, 15 de agosto, e os representantes têm que deixar o país até à próxima terça-feira. Não foram avançadas razões para esta decisão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português (MNE) já repudiou a expulsão, que classificou de “altamente censurável e injustificável”, e vai pedir explicações ao governo guineense.

Face à “gravidade desta medida”, o ministro dos Negócios Estrangeiros “convocou imediatamente” o embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa para dar “explicações e esclarecimentos”, encontro que está agendado para sábado, lê-se num comunicado do MNE.

Numa nota de repúdio conjunta, as direções de informação das três empresas – Lusa, RTP e RDP – também já reagiram, acusando o governo guineense de um “ataque deliberado à liberdade de expressão”.

“Tal decisão só se pode enquadrar no continuado propósito do governo da Guiné-Bissau de silenciar os jornalistas que cumprem a função de informar. Trata-se de uma acção discriminatória e selectiva, configurando um ataque deliberado à liberdade de expressão.”, lê-se no documento, assinado pelos diretores de informação Luísa Meireles (Lusa), Mário Galego (RDP) e Vítor Gonçalves (RTP).

O comunicado acrescenta ainda que a expulsão dos jornalistas “é um atentado aos princípios fundamentais que norteiam a actividade jornalística” e que, por isso, viola a democracia e o estado de direito.

PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU ADIA VISITA A LISBOA

Entretanto, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, adiou a visita prevista para a próxima segunda-feira à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, disse à Lusa fonte oficial da CPLP.

A Guiné-Bissau detém atualmente a presidência da CPLP, que assumiu na cimeira da organização em 18 de julho, na capital guineense.