O jornalista Daniel Ribeiro morreu na noite de sexta-feira, 10 de janeiro, em Lisboa, onde residia atualmente. Tinha 71 anos. A notícia foi tornada pública na manhã de sábado pela Rádio Alfa, da qual foi diretor em Paris e para onde continuava a trabalhar, como correspondente em Portugal.
Natural de Carregal do Sal, Daniel Ribeiro foi correspondente do Expresso entre 1990 e 2022, acompanhando a vida política francesa de Mitterrand a Chirac e a Macron, e cobrindo grandes acontecimentos como os atentados do Charlie Hebdo ou a crise dos coletes amarelos.
Daniel Ribeiro mudou-se para França nos anos 80, trabalhando durante cerca de uma década na secção portuguesa da Radio France Internationale (RFI) e como correspondente em Paris do semanário O Jornal e da Antena 1, integrando depois a Rádio Alfa.
Como escreve Rui Cardoso no Expresso, “politicamente originário da constelação das pequenas organizações políticas que, à esquerda do PCP, se opunham à ditadura (…), foi estabelecendo laços com a comunidade portuguesa, exilada, ou não, de Cargaleiro a Graça Morais, de Mário Soares a Paulo Branco, de Mário Barroso a Carlos Saboga ou ao embaixador António Monteiro, sem esquecer o amigo de sempre Jorge Palma”.
Profissional reconhecido e respeitado, “tinha fontes em todo o espectro político, muito em especial nos frondeurs (dissidentes) do PS e acesso privilegiado, tanto a Jean-Luc Mélenchon como a Marine le Pen, tendo sido o jornalista português que mais vezes a entrevistou”, recorda Rui Cardoso.
Só por uma vez, em 1999, interrompeu a carreira jornalística para ser porta-voz da missão diplomática portuguesa em Dili, durante o referendo à independência de Timor-Leste promovido pelas Nações Unidas.
As cerimónias fúnebres estão marcadas para terça-feira, 14 de janeiro, em Lisboa. O corpo estará em câmara ardente na capela mortuária do cemitério do Alto de São João, a partir das 10h, e será cremado às 16h00.