Reunidos em plenário no dia 18 de novembro, os trabalhadores da Trust in News apelam ao apoio de toda a sociedade, incluindo de potenciais investidores dispostos a ajudar a preservar “marcas históricas do jornalismo português, pilares da democracia”, como a Visão, Jornal de Letras, Exame ou Activa, entre os 16 títulos que compõem desde 2018 o portefólio deste grupo de comunicação social.
Dizem que não vão “baixar os braços” e decidiram tornar pública a sua luta “face ao imobilismo da administração, ao aumento da dívida, ao perpetuar dos salários em atraso, ao chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) e à iminente insolvência” dos títulos da Trust in News (TiN).
Reunidos em plenário, no dia 18 de novembro de 2024, os trabalhadores decidiram, por unanimidade, apelar aos leitores, anunciantes e potenciais investidores para ajudarem a salvar os títulos jornalísticos da TiN, “marcas históricas do jornalismo português, pilares da democracia”.
Solicitaram também ao acionista e administrador da TiN, Luís Delgado, o pagamento da totalidade dos salários e subsídios em atraso (alguns salários de setembro, salários de outubro, subsídios de férias, cinco subsídios de alimentação e outras remunerações) e “a partilha, com caráter de urgência, de toda a informação disponível sobre o projeto de recuperação da empresa que pretende apresentar aos credores, no seguimento do pedido de insolvência por recuperação”.
Decidiram também agendar ações de protesto para sensibilizar a sociedade civil e o poder político para as dificuldades que enfrentam todos os dias e para a importância de salvar todos os títulos: Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Visão História, Caras, Activa, Courrier Internacional, TV Mais, Visão Júnior, Telenovelas, Caras Decoração, Visão Saúde, Visão Biografia, A Nossa Prima, Volt e Holofote.
“Os trabalhadores da Trust in News nunca baixaram os braços. Nem quando os salários chegaram atrasados, mês após mês, desde novembro de 2023. Nem quando os subsídios de alimentação e de férias não chegaram. Nunca baixaram os braços, mesmo quando viram dezenas de camaradas, colegas e amigos saírem, desgastados pela incerteza e pela ansiedade que uma situação destas provoca. Nem quando as revistas perderam os diretores ou ficaram reduzidas a apenas um jornalista. Nem quando perderam acesso a ferramentas de trabalho essenciais. Nem quando as condições de trabalho se deterioraram. Nunca baixaram os braços, mesmo quando saíram notícias sobre a situação da empresa e das revistas – às quais muitos dedicaram uma vida inteira de trabalho. Nem quando foram deixados sem informações claras sobre o rumo da empresa. Mesmo com tudo isto, nunca pararam de trabalhar.”
Os trabalhadores da TiN declararam ainda que continuam “comprometidos e inteiramente focados na missão de informar, com rigor e isenção”, e na procura de “soluções de futuro” para estas publicações.
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